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Sangue
Escrito Por Michely Wesoloski
às
12:50
em
Textos
Toda vez que se encontravam evitavam olhar direto nos olhos.
Ela escondia as mãos suadas, estralava o dedo, tentando despistar a timidez.
Mas seus sentimentos cutucavam, vinham de lá do fundo, em respostas a seus hormônios e atormentam seu estado físico normal.
Como ela poderia dizer? Como falar sobre suas vontades.
Tinha medo de ser agressiva demais nos gestos. Cuidava, se policiava com as palavras, para não deixar transparecer nem um “sentimentozinho” na sua voz.
Possuía vontades enormes de tomar parte de outra vida, e esses desejos iam crescendo e alastrando-se mais e mais.
Ia bem devagarzinho percorrendo-lhe o corpo, fazendo com que sentisse enformigamento, calores, nó na garganta, aperto no peito, arrepios.
E como achar um meio termo? Se se tornando anônima de seu mundo, não podia ser percebida, se fosse se expor, e despir-se de suas máscaras, seria atrevida.
Sozinha estava incontida, incapaz de ocupar-se de seu espaço. Precisava de outros espaços, e esses não lhe eram cedidos.
Ela só conseguia em seus pensamentos sussurrar, assim de olhos bem fechados, comandava o que queria, sonhando acordada, fazendo acontecer o impossível.
Vivia feliz com seu irreal, pois isso era a única coisa que lhe era permitida.
Ela escondia as mãos suadas, estralava o dedo, tentando despistar a timidez.
Mas seus sentimentos cutucavam, vinham de lá do fundo, em respostas a seus hormônios e atormentam seu estado físico normal.
Como ela poderia dizer? Como falar sobre suas vontades.
Tinha medo de ser agressiva demais nos gestos. Cuidava, se policiava com as palavras, para não deixar transparecer nem um “sentimentozinho” na sua voz.
Possuía vontades enormes de tomar parte de outra vida, e esses desejos iam crescendo e alastrando-se mais e mais.
Ia bem devagarzinho percorrendo-lhe o corpo, fazendo com que sentisse enformigamento, calores, nó na garganta, aperto no peito, arrepios.
E como achar um meio termo? Se se tornando anônima de seu mundo, não podia ser percebida, se fosse se expor, e despir-se de suas máscaras, seria atrevida.
Sozinha estava incontida, incapaz de ocupar-se de seu espaço. Precisava de outros espaços, e esses não lhe eram cedidos.
Ela só conseguia em seus pensamentos sussurrar, assim de olhos bem fechados, comandava o que queria, sonhando acordada, fazendo acontecer o impossível.
Vivia feliz com seu irreal, pois isso era a única coisa que lhe era permitida.
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