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Outonos

Escrito Por Michely Wesoloski às 14:10 em

Outonos dentro de mim

Folhas secas que com o vento voam

Percorrem o céu em busca do solo em outro lugar

Faz com que me esqueça das antigas promessas

Porque já não faz mais diferença alguma,

A vida não é mesmo um jogo.

Se fosse assim, deixaria você ganhar...

Para tentar chegar em você

Que brilhem o sol de todos os mundos quando você simplesmente sorri

É a estação que floresce e exala borboletas coloridas

É a estação que traz você pra perto de mim e renova as folhas mortas

E o silêncio em você traz a paz e zomba de mim

Sussurra baixinho que eu não preciso de mais nada.

Tanto tempo pra você aparecer e sumir com meu inverno

E semear sementes diversas a brotar no meu jardim

Fique aqui comigo, e cortaremos todos os espinhos.

Deixar chover esses sentimentos

Molhar a terra seca, secar as cicatrizes.

Repousas no meu peito, retirando toda a dor.

Adormecendo com as estrelas que refletem o luar.

Bela, tingi-se cor de arco-íris você em mim.

E seremos floridas por toda a estação!

Perfume que preenche o verão

Braços que calam ventanias

Beijos que curam feridas

Girassol que afugenta a solidão.


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Quisera

Escrito Por Michely Wesoloski às 14:00 em
Quisera ela ser a resposta pra todas suas dores...
Acenderia as luzes, e num passe de mágica, desapareceria com a escuridão, e todos os seus fantasmas.
Como orvalho que cai sobre o verde toda a manhã, bem de leve tocaria a sua pele, e cairia sobre seus lábios macios.
Livre como o vento que percorre os horizontes, desceria bem devagar por todas as suas curvas, deixando ir, sorrir, fugir, sentir e sentir.
Quisera ela ser a estrela que brilhava, ser a protagonista da sua vida.
E falando bem baixinho, poesia em seu ouvido, sussurraria as palavras que criaram para que fossem ditas.
Aquelas de filme de amor, que faz arrepiar a espinha, que dá uma sensação boa, o amante quando volta da guerra, o filho quando nasce e é envolto dos braços quentinhos e acolhedores de mãe, na absoluta certeza de amor.
E quisera tanto, que nem sabia o que dizer, mas quisera que seus quiseras se tornassem reais, e que suas palavras se tornassem suas atitudes, e que suas atitudes fossem fruto de seu desejo, e seu desenho fosse aquele sonho bom.
Quisera tanto, que acordou e sorriu displicentemente, suspirou, riu e pensou...ah quisera eu...

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Por Perto

Escrito Por Michely Wesoloski às 13:50 em
Se eu ando no sentido oposto
Quando posso ter você aqui
No meio da casa, no computador
Em um lugar qualquer dentro de mim

Onde eu possa ver você sonhar
E te desenhar com pensamento
Se está aqui mergulho em teu olhar
Enquanto o vento sopra teus cabelos

Sonhando passa depressa
Pois só você me interessa
Se permaneço acordada
você vem de madrugada
Se não consigo pensar no que é certo
Só quero você por perto

As palavras repetidas saem
Pois escuros os meus dias ficam
Nas fotografias, nas nossas canções
sem você a vida é meio sem sentido

Nos caminhos que desci e subi,
Nessa vida a escada é sempre a mesma
Eu quero te ver de longe a sorrir
Perfeitamente linda e indefesa

Sonhando passa depressa
Pois só você me interessa
Se permaneço acordada
você vem de madrugada
Se não consigo enxergar o que é certo
Só quero você por perto

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Pensamentos

Escrito Por Michely Wesoloski às 13:40 em
O que me dizes 
Não são asneiras
Não são tolices
Nem é somente seu
Nem tampouco meu
Nossos pensamentos passam pelas mesmas ruas
E dissolvem-se em palavras
Despejando toda a bagagem que trazemos nesta viagem
Que nem sequer sabemos se é mesmo viagem
Se duvidar
Vão se encontrar ali na esquininha
Passear de mãos dadas
O meu ficará ruborizado
O seu correrá faceiro e atrevido
E juntos transformarão tudo em linhas imaginárias e sem limites
Formando círculos para romper silêncios
E retornar sempre que saudosos, a nós mesmos



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Bairro Pinheiros

Escrito Por Michely Wesoloski às 13:30 em
Por um lapso, pensou que tudo seria diferente.
Nada a podia coagir, não fosse o maldito segundo após um breve olhar no igualar dos ponteiros de seu relógio.
Levantou-se e como de costume, retirou-se da mesa levando consigo um copinho contendo um final de café expresso, gelado por ter sido intocado, em instantes que foram usados para terminar a leitura de alguns parágrafos de artigos do código penal.
“Isso sim é um crime!!!” Passou pela sua cabeça ao ver um rapaz estilo “cdf” adicionando adoçante em seu humilde cafezinho.
Era gente entrando e saindo num fluxo notável, livrou-se rapidamente daquele lugar deixando seu copo plástico na lixeira.
A caminho da casa acelerava o passo, na idéia de poder chegar mais rápido ao leito de seus sonhos eternos, pois já estava tão cansada e dolorida que o frio lhe contraía o cérebro, fazendo-a espirrar a medida em que caminhava com mais avidez.
Pensava então em seu possível banho quente e ininterrupta queda em sua cama de cobertas fofinhas e lençóis branquinhos e limpinhos que esperavam pelo calor de seu corpo
“Você por aqui?” Na entrada de seu prédio, veio-lhe a mente a primeira vez que havia notado a presença daquele ser em sua vida.
O sorriso largo e gostoso, tão casual e mais possível de todas as primeiras intenções do mundo.
Lembrou-se de toda aquela surpresa agradável, por encontrar no hall do seu prédio a pessoa que lhe proporcionaria tantos profundos e intensos momentos de sentimentos.
Ficou com aquela talvez boa lembrança, enquanto permaneceu fitando os números aumentando, e o cheiro da lembrança daquele perfume diminuindo, até cessar totalmente, pois havia chegado a seu andar.
Abriu a porta, sua casa era assim: gelada e cinzenta, com alguns pôsteres bizarros jogados pelas paredes, um sofá cama vazio completamente de pessoas, um violão esquecido por horas bem no cantinho escuro da sala, bem assim mesmo seu esconderijo.
Jogou sobre uma mesinha de computador, seu material da faculdade: livros repletos de poeira de biblioteca, seu toca cd de mp3 com músicas dos anos oitenta.
Água, pasta de dente, escovas, pijama, muitas meias...Tentou inutilmente continuar sua leitura, deitada deu um belo e comprido suspiro, seguido de um bocejo e simplesmente adormeceu com a luz acessa, iniciando orelhas em seu pequeno livro envolto de seus braços.

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Angústia

Escrito Por Michely Wesoloski às 13:10 em
Ela olhava e olhava, e notava que estava totalmente sozinha.
E naquela multidão de pessoas, sentia uns frios intensos,que lhe subia pelo corpo...
Como se nada pudesse ser feito para esquentar, para supri-la, como se não existisse nada ao seu redor.
Como se estivesse despida pela noite, vazia, incompleta.
Olhava pro nada, seu abismo, como se tivesse à certeza que poderia saltar sem pensar nos riscos.
E sonhava belos sonhos, e mais alto e mais alto, até que pudesse cair, ou até ser derrubada.
Era como se tivesse colocado no sol, uma mancha negra.
Era uma dor, era um sentimento, era uma palavra de "eu te amo" dita sem ao menos ter a certeza do que isso representava
Se ela tivesse que sair e andar, e jogar pro alto a fumaça do seu cigarro, sem ter os dedos trêmulos e aquela terrível insegurança de ficar o tempo todo checando o celular esperando somente aquela ligação que nunca aconteceria...
Se pudessem ter novas sensações, poder gritar, sentir-se irresponsável, com vontade de sair acertando, ou até mesmo errando as pessoas.
Mas não, ficava ali como um vegetal.
Mais calor, mas palavras sem sentidos e café forte era o que lhe era servido.
Sentia uma angústia, não queria proferir nenhuma palavra.
Queria estar perto de pessoas pra se sentir segura, no mesmo instante em que queria e sentia-se totalmente desamparada.
Ficou longe de quem amava, e não tinha o que pudesse ser feito.
Ficou perto de quem ela gostava, e nem sequer mexeu os lábios...
Eles assim como seus olhos, se fecharam, e então ela ficou pensando,e pensando e pensando nela.
Pensava que ela era única, mas pensou tanto que se cansou demais pra pensar em qualquer outra coisa.
Cansou-se tanto que até parou de pensar, e voltou a sentir-se sem nada, desabitada.
O vazio é cheio de coisas, é cheio de nadas, é cheio de ecos e espaços, de idas sem volta.
É algo que entra e se muda pra dentro da gente, porque quer morar em nós.
E nessa história de cheios e vazios, amor e raiva, o único alvo é o coração, que fica esperando seu inquilino voltar.
E se nada disso acontecer, ainda restará esperanças para que haja um novo inquilino para poder lhe pagar, e preencher e o reconfortar como sempre.

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Sensações

Escrito Por Michely Wesoloski às 13:00 em
Não, ela não diria que estava confusa.
Perplexa... Desamparada... Esperando o nada, sem esperanças, mas pensando em esperança.
E pra ela, sentir-se vazia era uma solidão "interna", uma escravidão.
Como se existissem várias correntes pelo corpo; correntes sendo puxadas e repuxadas, que vai piorando ao som da dor interna.
Quando você cai na real, nota que não haviam correntes, e você estava estática, intocada.
Quando você percebe, enxerga que nada é igual, tudo é diferente e tem-se que rapidamente habituar-se a isso.
Diferenças, impactos, corpos.
Com meias novas em sua cama;
Com músicas estranhas em seus ouvidos
E se você não estiver pronta para esse momento, perceberá pelos seus lábios frios, com gosto de fel...
E nada será como antes.

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Uma Rosa

Escrito Por Michely Wesoloski às 12:50 em
Flores querem sempre ficar acompanhada. Estão em um jardim só esperando o momento certo para serem colhidas.
As flores vão pra academias, festas, compram roupas e se drogam, ouvem música, e ficam em seu jardim.
Para serem escolhidas, elas sabem que devem ser a mais bela, devem chamar a atenção de alguma forma, deve tocar a mão do colhedor de flores para poder sair do lugar que foi plantada...
E como uma rosa, era assim que ela agia.
Se lhe fosse conveniente, o mais perfumado e doce ar ela exalava.
Se lhe fossem ou tratassem mal, mostrava a sua fúria em seus espinhos.
Implorava para não ser tocada.
Desejava deixar de estar contida.
A liberdade era algo concreto, ao mesmo tempo macio. Pudera ela dizer que era como algodão doce.
Primeiro o cheiro, a sensação de ser criança, sem responsabilidades, sem cobranças, poder brincar, correr pelo vento, cair e machucar os joelhos, brigar e fazer as pazes antes do pôr-do-sol. Depois aquele gostinho bom, coisas boas, sensação açucarada de mel de abelha silvestre, frescor, veludo, estrelas no céu dissolvendo fantasias, arco-íris, sua forma seu som.
Quisera ela prolongar pra sempre esse momento, seria a eternidade doce e suave.
Ela sabia que só duraria por um tempo. Sim o tempo de uma canção, aqueles malditos segundos que o relógio lhe roubaria pra sempre. E os corpos cansados, atirados, jogados.
Na verdade é bem isso, depois de retirada a flor de seu lugar, toda sua beleza e bons modos serve para iluminar e perfumar uma casa. Depois fica condicionada a um vaso, e vão esquecendo de trocar a água, e ela começa a definhar.
Vai murchando até que dá seu último suspiro e morre.
Pergunto se vale à pena querer sair do jardim...

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Vida Colorida

Escrito Por Michely Wesoloski às 12:40 em
A boca foi a procura
Um anseio incontrolável de comer do seu prazer
Sorria para as pessoas, brincava com a respiração, soltando o ar lentamente.
Ficou seca, depois ficou preenchida de batimentos cardíacos
O coração migrou de lugar;
Frio e calor! Menoupausa?
Parada cardíaca! Qual o seu nome?
Vozes e vozes e vozes,com um som não audível;
As pessoas que estavam por perto, ficaram menos importantes
A bebida, o som, as pessoas: muito menos importantes
Ah, você e você e outra vez você.
Trombou de lado, depois de costas,
O racional bem que tentou evitar,
Tarde demais, tomou conta e se alastrou
Agora sonhe, enquanto não pode imaginar que domina todas as sensações e sabores.
A vida é colorida, já foi, mas hoje está muito mais...

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