Narciso
Olha-se no espelho, e acha muito belo
Olha e olha e olha...
Vai lá Narciso, observe o que é divino
Perca-se em seu labirinto
Pule nas profundezas do abismo
Ninguém atrai, nem te consola
Nem o amor, nem a discórdia
Vai lá Narciso, faça o que for preciso
Cumpra com seu destino
Faça conforme o previsto
Oras quer sim, por vezes diz não
Pode ser que chova, ou talvez faça sol
Vai lá Narciso, olha o que está refletido
Encante as mágoas, afogue o inimigo
Respire sem ar, enxergue o não visto
Não quer ir embora, nem mesmo ficar
Não sabe o que fazer, nem onde isso vai levar
Vai lá Narciso, continue medíocre e prolixo
Iluda e seja iludido
Vai embora e deixe livre o caminho
Não importa quanto falem
Não importa o que ouviu
Se tens medo, vá embora
Se covardes, então vil
Vai lá Narciso, não tem como escapar
A imagem que criou, sua alma levará
Vai lá, vai, vai lá Narciso...
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