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À Morte

Escrito Por Michely Wesoloski às 08:40 em
Um dia percebemos que nada somos e nada podemos fazer, mas não damos muito valor a isso.
Mas, um dia estremece tudo e paralisa por dentro, nem percebemos o insulto do assunto.
Perde-se a cor e o movimento
Perde-se o controle do momento e do tempo
Ninguém percebe o tempo nos seqüestrando aos poucos os segundos
De repente o que é, deveria não deixar nunca de ser.
As pessoas sofrem putrefação, a mente fica totalmente sem ação.
A carne é fria, e a dor ainda sangra.
Não podemos parar o tempo, não há como começar de novo.
Tantas angústias, coisas não feitas, coisas não ditas, coisas nem ainda vividas.
Ilusão, tempo, tempo, tempo, falta tanto que ainda já nem sei o que fazer porque aos poucos perdemos tudo, segundo a segundo perdemos...
E agora o que fazer?
Como agir pra onde fugir?
Se não há mais escárnio, nem cantigas de mal dizer...
Fizesse o que era pra ser feito, não há razão nem causa de ser...
É injusto, frio e cruel.A morte é dura e cruaÉ nua e estúpida.
Deixemos agora os vermes comerem nossas mais profundas e vãs consciências...

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