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Clichês

Escrito Por Michely Wesoloski às 19:45 em

Tenho pena dos meus clichês
Eles são sempre tão habituais
E quase sempre tão indiscretos
Não são nada comedidos
Sobretudo quando amanhecem em Mi menor
E adormecem Lá.
Numa esquina qualquer, onde se encontram com outros
Fantasiando-se em desejos
Sendo inseridos numa paisagem



Num grande mundo do “faz-de-conta”
Sem inflação, nem fuso horário
Parecem até, parvas crianças
Sem tempo, sem vento, sem medos
Correndo no campinho de areia dos pensamentos
Alguns olham, passam, e acham graça
Outros nem tanto, passam então despercebidos
Daí, muda-se as estações
Vem calor de oeste, depois sopram ventos na nuca ao norte
Das nascentes icebergs derretem lentamente ao sul de vulcões
Tantas temperaturas, eles sofrem, ficam dissonantes
E tagarelas que são, não sabem silenciar
Vivem cúmplices de perigos comuns
Tenho pena dos meus clichês...

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